terça-feira, 26 de maio de 2009

Notícia: Casal britânico completa 81 anos de casamento

(Matéria publicada hoje em http://ultimosegundo.ig.com.br/bbc/2009/05/26/casal+britanico+completa+81+anos+de+casamento+6344939.html)

Um casal britânico, de Plymouth, Devon, completou 81 anos de casamento no que pode ser a união mais longa da Grã-Bretanha. Frank e Anita Milford, que moram juntos em uma casa de repouso em Plymouth, Devon, se casaram no dia 26 de maio de 1928.

Frank tem 101 anos e Anita deve completar 101 em junho. Em fevereiro eles poderão quebrar o recorde de casal britânico com a mais longa união.

O casal afirma que ainda tem pequenas discussões, mas sempre se beijam e abraçam antes de dormir.

O par se encontrou em um clube de dança da YMCA (Associação Cristã de Moços) em Plymouth em 1926 e se casaram dois anos depois. O casal afirma que não há "segredo mágico" para manter um casamento por tanto tempo.

Segunda Guerra

Frank Milford trabalhou nas docas de Devonport até sua aposentadoria, aos 60 anos.

O casal permaneceu em Plymouth durante a Segunda Guerra Mundial e os ataques alemães contra a Grã-Bretanha, escapando por pouco das bombas em duas vezes. Em uma das vezes uma bomba acertou a casa onde eles moravam.

Eles têm dois filhos, cinco netos e sete bisnetos.

O filho de 74 anos, que também se chama Frank, afirmou que o principal segredo da felicidade dos pais é que, simplesmente, os dois são felizes juntos.

"Eles se divertiram, aproveitaram muito a vida e sempre foram satisfeitos com o que tinham", afirmou.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Timidez = Perfeccionismo

“Olá, Erika! (...) Tenho 32 anos e até hoje nunca consegui namorar sério. Trabalho com (...) e por isso estou sempre conhecendo homens bonitos e interessantes, mas nunca tenho coragem de mostrar para eles o quanto sou diferente das outras mulheres. Acho que sou muito insegura, fico com medo que eles me achem ridícula e precipitada e que achem que eu tenho algum problema quando souberem que eu nunca tive namorado. Sou uma mulher atraente, que não aparenta a idade que tem, tenho pós-graduação, sou culta e educada, mas mesmo assim tenho dificuldade para encontrar alguém especial, e ao mesmo tempo vejo mulheres sem tantos atributos quanto eu se dando bem! O que eu posso estar fazendo de errado? Você pode me dar algumas dicas?” R., 32 anos.

O e-mail da R. é uma ótima oportunidade para falarmos sobre algo que atrapalha qualquer tentativa de conquistar um relacionamento sério e gratificante: a timidez.

Vamos falar primeiro sobre timidez. Eu gosto de dizer que tudo aquilo que chamamos de “defeito” é, na verdade, uma qualidade que “passou da medida”. Alguns exemplos: a teimosia pode ser considerada uma firmeza de caráter exagerada, ou o egoísmo um excesso de compromisso consigo mesmo. Da mesma forma, a meu ver a timidez é uma consequência do perfeccionismo, que é o excesso de cobrança sobre si próprio e os outros pela perfeição.

Geralmente, as pessoas tímidas têm várias qualidades, mas para elas isso não é o suficiente. Elas acham que deveriam ser as melhores em tudo, que deveriam ver algo pela primeira vez e já saberem do que se trata logo de cara, que ao conhecerem alguém devem mostrar tudo que sabem, que devem ser desenvoltas, agradáveis o tempo todo e ter respostas na ponta da língua. Quanta cobrança sobre si mesmo, não? Com essa forma de perceber as coisas, não é de se espantar que pessoas que pensam assim simplesmente travem quando conhecem alguém que lhes interessa.

O que pode diminuir bastante aquilo que chamamos de timidez é perceber que ninguém é perfeito, que todo mundo erra em algo mais cedo ou mais tarde e que o mundo não vai acabar por causa disso. Geralmente o tímido tem uma visão equivocada de si e das outras pessoas, pensando que estas nunca erram e que, portanto, ele não pode errar também. Começar a perceber os pequenos e grandes erros cometidos pelas pessoas que o tímido mais admira pode ser libertador para elas, pois com isso ele aprende que também tem o direito de não ser “100%” em tudo, fazendo as pazes com a sua humanidade.

Tudo que sei sobre a R. são as coisas que ela me relatou através de seu e-mail, mas este me dá vários elementos para construir algumas hipóteses sobre o que pode estar dificultando seus planos de “namorar sério”. Há um trecho que diz: “Sou uma mulher atraente, que não aparenta a idade que tem, tenho pós-graduação, sou culta e educada, mas mesmo assim tenho dificuldade para encontrar alguém especial, e ao mesmo tempo vejo mulheres sem tantos atributos quanto eu se dando bem!”

R., pelo jeito você pensa que para se conquistar um homem e ter um relacionamento sério com ele é preciso ser uma “supermulher”: com uma beleza “de parar o trânsito”, uma educação primorosa, QI alto e ainda por cima um rostinho de menina. Ou seja, você acha que é preciso ser perfeita para se “merecer” um relacionamento sério! Como você, que pela sua mensagem indica ser uma mulher inteligente, já deve ter percebido que não é perfeita, então pensa estar em desvantagem em relação à sua capacidade de conquistar um homem. Você talvez não valorize as qualidades que tem e, por isso, pensa que os homens também a veem da mesma maneira. E esse é o maior drama do tímido, que gera muita insegurança e ansiedade – justamente duas coisas que atrapalham bastante o jogo da conquista.

Recomendo aos tímidos, portanto, que tentem relaxar. Como qualquer ser humano, vocês têm vários defeitos, mas também inúmeras qualidades – as quais quem tiver olhos para isso conseguirá enxergar. Não tentem ser perfeitos (pois esta é uma luta fadada ao fracasso), pois não é a busca pela perfeição que nos garante sucesso nas diferentes áreas da nossa vida, e sim a capacidade de não se deixar abater pelos erros que inevitavelmente cometeremos ao longo do caminho.

Quando eu estudei música, há muitos anos, tive um professor que me disse algo que tenho levado desde então para a minha vida: “O músico inevitavelmente, ao tocar uma canção ou peça, vai errar alguma nota ou o tempo dela, mas ele não pode paralisar com este erro e interromper a peça: é preciso continuar e não se deixar dominar pela sensação de fracasso. Com o tempo e muita prática, você erra menos na execução, mas sempre escapará alguma coisa. O bom músico é aquele que não se desestabiliza quando erra”.

Pois bem... Desde então tenho observado que estas sábias palavras do meu professor não se aplicam apenas à música, e sim à vida como um todo. Tímidos e tímidas: pensem em tudo isso e de agora em diante procurem encarar a vida com mais leveza, certo? Desejo a todos muita sorte e felicidade!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Alô, alô...

Devido a problemas com minha internet, não estou podendo atualizar o blog com frequência, mas em breve este problema estará resolvido e postarei um texto sobre timidez, inspirado em uma dúvida que recebi pelo e-mail.

E a próxima turma do Curso já tem data de início: 20 de junho (sábado), às 15h. Ainda restam vagas...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Notícia: Solteiras de SP se preparam para passeata dos sem-namorado

(Link: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1125045-5605,00-SOLTEIRAS+DE+SP+SE+PREPARAM+PARA+PASSEATA+DOS+SEMNAMORADO.html )

Evento acontece no domingo (17) em SP e na sexta (15) no Rio.
Participantes têm em comum a vontade de conhecer ‘alguém legal’.


Às vésperas do Dia dos Namorados, a empresária Erica Gracio, de 24 anos, e a publicitária Márcia Talankas, de 28 anos, estão solteiras. Já a estudante Fernanda Portela, de 23 anos, nunca teve um relacionamento de verdade. “Eu nunca namorei sério porque, para namorar, você precisa colocar tanta energia em uma relação que ainda não achei alguém que valha a pena todo esse investimento”, lamenta Fernanda.

Por causa da dificuldade em encontrar um pretendente interessante para engatar uma relação de verdade, as jovens ingressaram no movimento dos sem-namorado. Não que a solteirice seja um problema para elas, afirmam as paulistanas, mas aliar a chance de conhecer alguém legal a uma manifestação descontraída com direito a passeata de solteiros - com hora e local marcados - pareceu-lhes uma ótima idéia.

Por trás do movimento, está um site de relacionamentos que programou duas passeatas. A primeira será nesta sexta-feira (15), no Rio de Janeiro. No domingo (17), é a vez de os paulistanos darem uma chance à sorte e, quem sabe, chegar ao Dia dos Namorados em boa companhia. “A nossa manifestação não tem invasões nem armas, só paz e amor”, brinca Claudio Gandelman, responsável pelo evento.

A ideia, diz ele, é reunir pessoas que talvez nunca se conhecessem por não frequentarem a mesma academia, balada, bar ou faculdade, por exemplo. “Todos vão encontrar pessoas que estão buscando a mesma coisa que eles”, afirma Gandelman.

Assim, Erica, Fernanda e Márcia já têm encontro marcado no domingo, no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. “Fico feliz porque não estou sozinha nessa”, brinca Márcia, que pretende levar algumas amigas e, no mínimo, ter uma tarde agradável no parque.

“Não adianta chegar lá com o intuito de dizer que homem não presta. Quem vai para a passeata tem de baixar a guarda, não ser muito gato escaldado e dar uma chance para conhecer pessoas novas. Se não gostar, vira a fala: ‘Não!’ ou ‘Sai fora!’”, sugere a publicitária.

Manual de boas maneiras

Apesar de solteiras, as meninas avisam que não pretendem terminar a passeata já de mãos dadas com algum pretendente. São elas que dão as dicas para os rapazes solteiros: “Não me venham com um: ‘Você vem sempre aqui?’ e nem com aquela conversa de bar ou de balada”, dispara Márcia. “Se a gente vai para a passeata, é para fugir desse perfil cafajeste”, complementa Fernanda.

Os moços também devem aproveitar o evento inusitado para exercitar o bom humor. “Se o cara é engraçado, sem ser pastelão, esse é o primeiro passo para não ser dispensado”, complementa a publicitária.

Para Erica, ser simpático é indispensável. “Ao abordar, precisa demonstrar interesse em conhecer a pessoa. A partir disso, dá para saber se há interesses em comum, como gostar dos mesmos lugares”, dá a dica.

A organização do evento espera reunir mais de mil pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, a concentração será ao meio-dia na Candelária e o evento está previsto para acabar às 14h. Em São Paulo, a turma dos solteiros irá se concentrar na marquise do Parque do Ibirapuera, às 15h, e a passeata pelo parque deve se estender até as 17h.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Novidade: envie sua dúvida!

Agora o blog vai dar a nós mais uma oportunidade de interação: durante a semana algumas dúvidas enviadas pelos leitores serão selecionadas para gerarem um artigo sobre o assunto. Portanto, mande sua dúvida sobre relacionamentos para o e-mail relamorosos@terra.com.br e torça para ela ser selecionada!

Matéria realizada no TV Mogi News

Já está no site do TV Mogi News uma matéria sobre o Curso. Confiram em http://www.tvmoginews.com.br/?id=841.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Por que eu decidi fazer um curso sobre Relacionamentos Amorosos?

Comecei minha carreira profissional atuando na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Mogi das Cruzes, inicialmente atendendo os alunos e posteriormente, seus pais e cuidadores em grupos de orientação e atendimentos individuais. Naquela época já me chamava a atenção a diferença que fazia para o aluno, emocional e cognitivamente, contar ou não com pais e/ou cuidadores que se relacionavam bem entre si ou com seus respectivos cônjuges. Também ouvi nos atendimentos aos pais sobre histórias de relacionamentos frustrados, insatisfatórios e até mesmo destrutivos, que repercutiam de forma notável no desempenho de seus filhos como um todo. Dessa forma me vi obrigada, em muitos destes atendimentos, a orientar estes pais quanto às questões amorosas e de relacionamento.

Em seguida, comecei a realizar atendimentos particulares em consultório e tive outra experiência em instituições, desta vez no Projeto "Canarinhos do Itapety" da Prefeitura de Mogi das Cruzes. Nesses dois trabalhos também me deparei com questões muito parecidas com aquelas que eu tinha acesso na Apae, e pude também aprender muito sobre a relação entre o bem-estar dos pais em todos os aspectos e o bem-estar que estes propocionam a seus filhos. Pais que se diziam infelizes tendiam a tratar os filhos de forma menos atenciosa e afetiva, o que gerava um impacto negativo na formação da personalidade da criança e do adolescente.

Analisando no geral as causas para relacionamentos insatisfatórios e infelizes constatei que boa parte dessas pessoas tinham um autoconhecimento pobre, o que por sua vez atrapalha o desenvolvimento da capacidade de enxergar o outro tal como ele é. Por isso, essas pessoas faziam escolhas amorosas imaturas e/ou equivocadas e depois se arrependiam.

Por tudo isso, a meu ver disponibilizar o conhecimento acumulado pela ciência sobre o nascimento e a manutenção de bons relacionamentos amorosos é também uma questão social. Obviamente não se pode ignorar o peso dos outros fatores envolvidos (e eu destaco a pobreza, outras questões familiares e a vulnerabilidade social como fatores muito importantes), mas quem já trabalhou com famílias sabe muito bem que pais e demais familiares com problemas em seus relacionamentos amorosos tendem a fornecer um modelo desfavorável de relação para as crianças e adolescentes da família, e que se estes não tiverem a chance de avaliar criticamente tal modelo terão uma probabilidade muito grande de reproduzi-lo em seus futuros relacionamentos amorosos, repetindo um ciclo que nós, profissionais da Psicologia, temos condições de ajudá-los a romper.

Portanto, este Curso sobre como construir bons relacionamentos amorosos pretende ser a minha contribuição para o surgimento, a longo prazo (esperamos que não seja tão longo...), de uma sociedade mais afetiva, calorosa e com maior facilidade para lidar com seus problemas e conflitos de uma forma o mais favorável possível para todos.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Homens não sabem "ler" as mulheres, aponta pesquisa

- Matéria publicada em 25/03/2009 em http://minhanoticia.ig.com.br/editoria/Inusitadas/2008/03/25/homens_nao_sabem_ler_as_mulheres_aponta_pesquisa_2074829.html
Homens jovens dificilmente percebem a diferente entre uma mulher que está sendo amigável de uma que está interessada em "algo mais". Esta é a tese defendida por Coreen Farris, pesquisadora da Universidade de Indiana, EUA.

O estudo, a ser publicado na edição de abril da revista científica "Psychological Science", diz que 70% das universitárias entrevistadas relataram situações nas quais homens interpretaram um ato de amizade como um sinal sexual.

Da mesma forma, eles interpretam erroneamente dicas sexuais como sinais meramente amistosos.

Coreen, em entrevista ao site LiveScience, disse que os homens, no geral, não sabem interpretar o rosto feminino e a linguagem corporal, sendo incapazes de traduzir as sutilezas de dicas não-verbais.

Mais informações sobre o estudo no site Tecnocientista (http://tecnocientista.info/ndNews.asp?cod=6491).

domingo, 3 de maio de 2009

Cheque seus esquemas (Ou A "Lei da Atração" existe mesmo?)

Esquema é um conceito da Teoria do Desenvolvimento de Jean Piaget que, resumidamente, significa "tudo aquilo que é generalizável em uma ação". Por exemplo: você pode andar de diversas maneiras (rápido, devagar, descalço, com botas...), mas existe sempre uma série de procedimentos imprescindíveis para este ato: dizemos, então, que há um esquema do andar. Os esquemas podem ser motores (andar, falar, nadar, lavar a louça...) e também mentais (fazer uma conta de cabeça, interpretar dados) - e é sobre estes últimos que falarei neste artigo.

A Terapia Cognitiva (uma das modalidades de atendimento clínico em Psicologia) explorou amplamente esta questão dos esquemas, ajudando-nos a compreender, por exemplo, por que há pessoas que não conseguem alcançar seus objetivos por mais que se esforcem conscientemente para isso. Resumidamente, nossas crenças (esquemas) sobre o mundo, as coisas, as pessoas e os relacionamentos têm um papel importantíssimo na realização de nossas metas, quer estejamos conscientes delas ou não. Vamos ver alguns exemplos fictícios para que este conceito fique bem claro.

Joana veio de uma família pobre, na qual sempre as coisas foram conquistadas com bastante sacrifício - isso quando eram conquistadas. Como a situação financeira da família nunca melhorava e parecia que todo mundo ao seu redor menos ela prosperava, foram forjados na mente de Joana os seguintes esquemas: "Dinheiro não é para mim"; "Eu nunca terei dinheiro suficiente" e "Por mais que eu me esforce, eu nunca ficarei rica".

Otávio é filho de pais divorciados e passou a infância assistindo ao pai ter problemas com suas namoradas porque, segundo ele sempre dizia ao filho, "As mulheres são todas umas interesseiras". Sua mãe até conseguiu casar-se de novo, mas o relacionamento com o segundo marido era repleto de brigas, discussões e ofensas dos dois lados. Isso fez com que Otávio construísse os seguintes esquemas sobre relacionamentos amorosos: "Relacionar-se é sempre difícil e pouco compensador"; "Mulheres são interesseiras: só querem saber do seu dinheiro" e, finalmente, "É melhor eu não me apegar a ninguém para não sofrer mais tarde como vi meu pai e minha mãe sofrerem".

Coloquei estes dois exemplos para mostrar como os esquemas se formam e (dependendo do caso) se solidificam em nossa mente: através da observação dos fatos que ocorrem em nossas vidas e do conhecimento dos esquemas de referência para nós (pai, mãe, professor), vamos criando nossas teorias sobre como funcionam as coisas do mundo. Sobreviver em nossa sociedade é uma tarefa muito complexa, e é por isso que temos a necessidade de construir conceitos sobre tudo que nos cerca e, uma vez formados, armazená-los em nossa memória - já pensou como seria passar por uma certa experiência (ex: andar em uma floresta) e não reter nada dela? Certamente a espécie humana não teria evoluído tanto ao longo de sua história.

Existe uma teoria, muito popularizada pelos livros esotéricos e de autoajuda, chamada "Lei da Atração", que diz que nós "atraímos" tudo que acontece conosco. Assim, se a Joana nunca consegue ter dinheiro suficiente e o Otávio permanece infeliz em seus relacionamentos, de acordo com a Lei da Atração isso acontece porque a forma de pensar deles "atrai" todos estes acontecimentos em suas vidas.

Se a Lei da Atração existe de fato, não é um assunto para a Psicologia e a Ciência em geral. Porém, torna-se simples compreender o que de fato acontece nestes dois exemplos à luz das teorias de Piaget e da Terapia Cognitiva - e a explicação nada tem de sobrenatural.

Voltemos à Joana: se ela tem as crenças citadas acima sobre dinheiro e finanças, pode-se imaginar com quantas chances de ganhar dinheiro ela deve cruzar ao longo de sua vida mas que ela é incapaz de aproveitar porque sua percepção sobre o assunto não lhe permite isso. Talvez ela não se esforce para conseguir um emprego melhor porque "Ah, não vai dar certo mesmo...", ou se surgir em seu caminho um sorteio ou concurso ela nem concorre porque crê firmemente que não ganhará nada e que será uma perda de tempo. Nososs esquemas sobre o mundo influenciam maciçamente nossas atitudes e comportamentos nele, e é a forma com que nos aproximamos das coisas que vai determinar se vamos ter sucesso ou não.

E será que com o Otávio acontece a mesma coisa? Certamente - assim como comigo, com você e com todo mundo! Será que por crer firmemente que as mulheres nunca poderão ser verdadeiramente suas companheiras o Otávio não se sente "estranhamente" atraído por mulheres com o perfil que imagina ser de todas elas, e por outro lado não se interessa por aquelas mais maduras e aptas para um relacionamento mais gratificante? Pois bem, os psicólogos clínicos dizem que isso é o que mais acontece. Os esquemas são as formas que temos para classificar nossas percepções; se eles são predominantemente rígidos, o mundo nos parecerá rígido; se eles são em sua maioria amistosos, o mundo nos parecerá um lugar muito agradável e cheio de pessoas amáveis - e inconscientemente agiremos de acordo com estes esquemas.

E como resolver isso, quando nossos esquemas estão prejudicando certas áreas da nossa vida? É preciso, em primeiro lugar, examiná-los profundamente. Como nosso assunto principal aqui no blog é relacionamento amorosos, responda para você mesmo às seguintes perguntas:

1) O que é o amor para mim?
2) O que penso dos homens / das mulheres?
3) Eu acredito mesmo que posso ter um relacionamento duradouro e gratificante?

A partir destas perguntas básicas e de acordo com as respostas que forem surgindo na sua mente, formule outras perguntas que você julga serem importantes para uma maior compreensão de seus esquemas mais profundos sobre o amor e os relacionamentos. Assim que eles estiverem mais claros para você, faça em seguida algo que é muito importante para a superação dos esquemas que agem contra nós: submeta-os ao teste da realidade. O que é isso? É você conferir no ambiente, através da observação objetiva dos fatos, se esse esquema corresponde à sua realidade. A Joana, por exemplo, ao fazer o teste da realidade, pode constatar que seus pais tiveram dificuldades financeiras quando ela era criança porque eles tinham limitações ambientais e psicológicas que ela não tem no momento. E o Otávio pode descobrir que há várias mulheres leais e dispostas a realmente ser companheiras de seus namorados e maridos.

Depois de lerem este texto, tenho certeza de que muitas pessoas conseguirão colocar em prática sozinhas esta minha proposta, o que vai levá-las a uma nova percepção da realidade nunca antes imaginada. Porém, sei também que o mesmo não acontecerá para outras, e o que recomendo para esse segundo grupo é que procurem ajuda, de preferência profissional, para corrigir seus esquemas inadequados para a realidade em que estão no momento - os resultados certamente compensarão o esforço.