segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O que é autoestima?

Se separarmos a palavra autoestima nas duas palavras que a formam, encontraremos auto, que quer dizer “si mesmo”, e estima, que quer dizer “valor, avaliação, apreciação, apreço e afeição”. Portanto, podemos concluir que autoestima significa o valor, a avaliação, o apreço e a afeição por si mesmo.

Ao contrário do que muita gente pensa, ter uma elevada autoestima não tem nada a ver com se achar “o máximo”, perfeito e sem nenhum defeito. Quem tem uma elevada autoestima sabe que tem defeitos e qualidades, como todos os outros seres humanos. E para termos consciência de nossas qualidades e defeitos, precisamos primeiro nos conhecer. E como é que nós conhecemos a nós mesmos? Através da observação.

Vamos imaginar uma pessoa que se ache “inútil”, que “não faz nada direito”. Podemos propor a ela que se observe por alguns dias, para ver se isso é verdade mesmo. Então talvez ela perceba algumas coisas: se essa pessoa for, por exemplo, a mãe de uma criança pequena, ela pode “descobrir” que leva seu filho em todas as suas atividades (escola, cursos, passeios...), sem faltas ou atrasos. Pode “descobrir” também que, apesar da correria do dia-a-dia, consegue administrar muito bem sua casa e seu dinheiro, e que está sempre atenta às necessidades de sua família. Então ela também “descobrirá” que esta história de se achar “inútil” não passava de uma ideia sem nenhum fundamento lógico sobre si mesma...

Existem muitas pessoas ao nosso redor, talvez você mesmo(a) que esteja lendo este texto, que têm ideias falsas sobre si (“Não sou inteligente”, “Não sou capaz”, “Sou feio(a)”, “Ninguém gosta de mim”, etc.). Porém, se estas pessoas se derem a oportunidade de se observarem e se conhecerem, é bem provável que constatem que estas ideias eram apenas ideias sobre si, e não fatos. A chave da conquista de uma elevada autoestima está, portanto, na nossa capacidade de distinguir o que são ideias e o que são fatos a nosso respeito.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O maior erro da comunicação

"Ninguém me entende”; “por que Fulano não me ouve?”; “parece que eu falo para as paredes!”... Quantas vezes ouvimos certas pessoas, em especial casais de longa data, fazerem estas reclamações sobre o cônjuge ou aqueles que as cercam? Elas nos fazem até concluir que são injustiçadas, exploradas, ignoradas pelos outros, sempre tão egoístas e insensíveis...

O que muitas dessas pessoas não sabem é que existe uma espécie de “regrinha básica” que é a base para uma comunicação eficaz entre duas pessoas. É uma regra simples, mas espantosamente ignorada: procure sempre se colocar no lugar da pessoa com quem você fala e assim você poderá obter mais dela.

Ninguém irá fazer o que você deseja, passar a pensar do seu jeito, comprar o seu produto ou serviço apenas porque você quer: para conseguir convencer alguém a qualquer uma dessas coisas, é indispensável que você mostre a essa pessoa o que ela vai ganhar com isso. Por exemplo: há pais que “imploram” para os filhos não fazerem bagunça com os brinquedos porque “eu não gosto de bagunça”. Ora, e daí que você não gosta de bagunça? E se seu filho gostar, como fica? Uma alternativa que pode dar melhores resultados é você lhe dizer que quando ele guarda os brinquedos ele não corre o risco de tropeçar neles e acabar quebrando-os – ou seja, mostrar a ele que ele vai ganhar alguma coisa com isso; os brinquedos dele não vão quebrar por esse motivo e assim eles podem durar mais.

Portanto, da próxima vez em que você estiver tentando convencer alguém a fazer algo que você acha ser o mais adequado, coloque-se por um momento no lugar dessa pessoa e pense: “Por que seria bom para ela fazer/pensar/comprar isso?”. Então, comece a falar com essa pessoa tendo ela como o foco da conversa, e não você. A grande maioria das pessoas, observe, se coloca como o centro das conversas que têm com os outros – “Ah, porque eu isso...”; “Eu acho errado você fazer isso porque...”; “Faça isso por mim”; “Você não pensa no meu lado?”, etc. – e, portanto, quem faz o inverso e se ocupa mais em ouvir e entender o seu interlocutor costuma conseguir muito mais resultados dele.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Qual é o seu estilo de amor?

Muito cedo em nossa vida amorosa nos damos conta de que as pessoas não amam do mesmo jeito. Há aqueles que manifestam seus sentimentos de maneira exuberante e explosiva; outros são mais ponderados e só começam um relacionamento depois de conhecer razoavelmente a pessoa; outros dão muito valor à atração física e ao interesse sexual e assim por diante.

Muitos pesquisadores debruçaram-se sobre o tema e na década de 1970 um deles, o antropólogo canadense John Alan Lee, elaborou uma teoria que foi amplamente divulgada e desenvolvida posteriormente por outros estudiosos do assunto. Lee fez uma analogia com os mecanismos da visão de cores no ser humano: nossos olhos possuem receptores para apenas três cores – amarelo, vermelho e azul –, porém somos capazes de perceber 8 milhões de variações de cores, graças às combinações entre as diferentes intensidades das estimulações dos três receptores presentes em nossos olhos. Da mesma forma, Lee postula que temos três estilos primários de amor - Eros, Ludos e Estorge –, e as combinações destes três estilos em diferentes intensidades gera uma grande variedade de estilos de amor. Além dos três estilos primários, há mais três estilos secundários que têm sido amplamente estudados: Mania (combinação de Eros e Ludos), Pragma (combinação de Ludos e Estorge) e Ágape (combinação de Eros e Estorge).

A seguir coloco uma breve descrição de cada um destes estilos de amor. Leia-os atentamente e veja com qual ou quais deles você mais se identifica:

Eros – dá grande importância à atração física e ao interesse sexual, e costuma apaixonar-se “à primeira vista”. É o estilo de amor mais frequente nos livros e novelas. É seguro e não muito possessivo.

Estorge – este estilo de amor costuma nascer de uma amizade e demora algum tempo para se desenvolver. Baseia-se em interesses compartilhados e nas semelhanças entre as partes envolvidas. A esfera sexual não é tão enfatizada quanto em Eros e não há a presença de uma grande paixão. O típico amor estórgico é aquele onde os dois parceiros eram amigos antes de se envolverem amorosamente.

Ludos – aqui o amor é encarado como um jogo que pode acontecer simultaneamente com diferentes parceiros, havendo ênfase na idéia de sedução e liberdade sexual. Os relacionamentos do estilo Ludos costumam ser intensos, porém de curta duração.

Mania – amor experimentado de maneira obsessiva, muito intensa, com muito ciúme e possessividade. A pessoa que tem este estilo predominante de amar experimenta uma montanha-russa de emoções oscilantes: uma hora o parceiro é tudo para ela e expressa todo este amor; em outra dirige toda a sua frustração e raiva para ela, em geral porque julgou não ter recebido a atenção que esperava do parceiro.

Pragma – amor realista e pragmático, onde há um exame muito criterioso das características dos parceiros em potencial. No estilo Pragma o atendimento das expectativas amorosas é muito importante porque dá mais segurança e uma maior certeza de sucesso no relacionamento. Estudos mostram que este estilo é mais frequente entre as mulheres.

Ágape – estilo de amor caracterizado pela ausência de egoísmo. O foco maior é na felicidade e no atendimento das necessidades do parceiro, sendo que se necessário a pessoa abre mão de seus próprios objetivos. Quem tem este estilo de amor predominante precisa tomar cuidado para não se anular no relacionamento.

Normalmente uma pessoa se identifica com dois ou mais destes estilos de amor, sendo pouco comum a ocorrência “pura” de apenas um estilo. A utilidade desta teoria de Lee está na oportunidade proporcionada por ela de refletirmos sobre o que realmente é mais importante para nós em um relacionamento. É a atração física? O companheirismo? Uma certa dose de “friozinho na barriga”? A segurança? O sentimento de ser importante para alguém?

Os estilos de amor também nos ajudam a entender melhor as diferentes formas de amar das pessoas que nos cercam e a estarmos atentos a estas características na hora de escolhermos alguém para nos relacionar. Alguns estilos combinam bem entre si, como o Estorge e o Pragma, mas outras combinações podem ser desastrosas, como Ludos e Mania. Observar atentamente o nosso estilo de amor e o dos outros, portanto, pode nos garantir relacionamentos amorosos mais gratificantes.

(Bibliografia consultada: AMÉLIO, A. (2001). O Mapa do Amor: tudo o que você queria saber sobre o amor e ninguém sabia responder. São Paulo: Editora Gente)